sábado, 15 de dezembro de 2007

E o mundo acabou!!!

Ontem ao abrir um site de notícias a chamada da capa era: “Governo perde queda de braço e oposição derruba a CPMF.”
Até ai algo que não me surpreendeu muito, pois já sabia que a votação seria apertada e difícil. Só não sabia que o mundo iria acabar depois disso.
Logo em seguida eu ligo a televisão e vou assistir um desses jornais da noite. Isso já por volta de 23h e me deparo com “N” pessoas do governo fazendo declarações que me pareciam pelo menos estranhas para não dizer absurdas. O Ministro Mantega talvez tenha sido o mais contundente em suas afirmações quanto aos prováveis cortes na área da Saúde e outros que não lembro, mas lembro bem que ele enfatizou que a Saúde com certeza será a principal prejudicada.
Depois desse já fiquei de orelha em pé. Outros tantos vieram e com o mesmo tom de despedida, de discurso fúnebre falando sobre os grandes cortes que precisaram ser feitos na Saúde. Comecei a me preocupar mais ainda... nesse momento acho que estava praticamente chorando e pedindo para que os senadores “maus” voltassem atrás em sua perversidade e aprovassem a CPMF. Pensei em fazer passeata, abaixo-assinado e outras dezenas de coisas para tentar reverter o quadro.
Só que descobri, não dava mais tempo e eu não conseguiria reverter. Mas e agora? Se a Saúde pública já é uma coisa precária com a CPMF e sem ela o que será das pessoas que não podem pagar um plano de saúde? Achei a resposta. Não será.
Por que pelo visto ontem o mundo acabou e a saúde pública vai parar, pois uma cobrança PROVISÓRIA não foi aprovada no congresso nacional. Esse é o nosso Brasil onde o governo depende de um imposto provisório para custear as despesas de uma área tão sem importância como essa. O nosso planejamento estatal é uma piada e das mais sem graça que eu escutei.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Aos meus leitores mais assíduos os "anônimos"!!!

Um recado para os anônimos que se intitularam PT de CG.
Gostaria de lembrar que esse é um recado para os anônimos e não para o partido, pois ao contrário do que foi dito no comentário eu admiro muita gente dentro do PT. Só que não sou obrigado a concordar com tudo que é dito e feito. Como exemplo cito o deputado estadual Mineiro que até hoje é um político que merece respeito e admiração por sua conduta.
Vocês deviam procurar algo para fazer da vida. Se vocês não sabem ler, eu explico não denigre a imagem do partido.
Agora se vocês acham que a ideologia do PT na época de oposição e agora é a mesma.
Um pena a falta de informação e o analfabetismo funcional de nossa população!!!

Ao amigo Halima

Amigo Halima,
Desculpe o meu lapso de memória, mas não estou lembrando quem é você. Mas com certeza se você colocar o seu nome ou email lembrarei.
Quanto ao fim de ano espero passar em Campo Grande com a minha família e amigos.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa (Álvaros de Campos)